por Talison Tecchio Portadores do saber universal, sem sensacionalismo a parte, é uma pequena fala instigada na elaboração de respo...

Portadores do saber Universal - Maiêutica Socrática vs Escola Sofista

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por Talison Tecchio

Portadores do saber universal, sem sensacionalismo a parte, é uma pequena fala instigada na elaboração de respostas rápidas e diretas a qualquer assunto abordado. Pode-se imaginar que tal feito não pode ser atingido por uma pessoa qualquer, mais culta ou sábia que seja ninguém tem a resposta pra tudo, não é? Claramente que nem tudo pode ser respondido, mas será que nem tudo tem resposta?

O tema abordado se conecta direta e indiretamente com Maiêutica Socrática e a Escola Sofista, duas fundamentações parecidas e, ao mesmo tempo, opostas, que se iniciaram nos meados do século IV.
Iniciando por Sócrates, um filósofo ateniense que enfrentou o relativismo moral e fundamentou um método simples “É preciso conhecer para se poder falar”. Instigado na resposta como uma figura de linguagem (métodos dialéticos), conhecida como a Ironia Socrática e/ou Maiêutica, que era o método de perguntar sobre uma coisa em discussão, de delimitar um conceito e, contradizendo-o, refutá-lo.

Seguindo a ideias do saber universal, a Escola Sofista era basicamente uma instituição constituída de oradores, que propunham ensinar qualquer coisa a alguém que o pagasse. Porém suas técnicas nada mais eram do que ensinar a persuadir convencendo seu interlocutor em um debate, seja pela emoção, seja pela passividade deste O ensinamento seria capaz de ser repassado independente do tema abordado. Mas na prática, ensinavam como refutar o seu adversário, sem se preocupar com a relação das palavras, apenas articulando-as para defender seu intuito e para entendimento ou convencimento mútuo.

Assim apresentados, podemos ver certa semelhança entre tais métodos, porém Sócrates era oposto aos fundamentos sofistas, e como argumento apontava Sofistas “Professores mercenários que ensinavam em troca de salários, diziam poder falar bem sobre qualquer assunto, pretendendo, pois, serem portadores de um saber universal. No entanto, a um homem não convém saber tudo (só a um deus, para Sócrates). Era preciso, então, mostrar que os discursos desses pretensiosos homens eram discursos de ilusão, que convenciam pela emoção ou imaginação e não pela verdade”.


Os Sofistas buscam o sucesso e ensinam às pessoas como consegui-lo, Sócrates busca a verdade e incita seus discípulos a descobri-la. Partindo desse pressuposto devemos levar a relação, de responder, e saber a resposta.  E se perguntar se existe realmente o “Saber Universal”? Tudo pode ser respondido, ou tudo tem resposta? Qual o verdadeiro significado do saber? Qual sentido a ignorância toma diante as respostas do cotidiano?

Todos os homens desejam naturalmente saber, mas o saber revela o quanto pouco se sabe, o cotidiano revela tantas pergunta sem respostas, a ironia quem sabe tenha mesmo fundamentação clara, por que viver sem respostas, isso sim, é irônico. Por mais culta ou sábia que seja, é improvável que nós, simples mortais, sejamos detentores de uma verdade universal. Muitas incógnitas certamente não podem ser respondidas com evidências claras, instantâneas, mas, o desenvolvimento do pensamento tem possibilitado o esclarecimento, por mais simplista que seja. Enfim, a delimitação da procura da resposta está em se perguntar ou em querer achar a conclusão. E isso é algo pessoal, tão único quanto as nossas verdades.


Sócrates: Só sei que nada sei, e o fato de saber isso, me coloca em vantagem sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa.


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