por M arcelo Teixeira de Jesus               O atual momento político no Brasil se mostra preocupante, pois vivemos uma crise ...

É possível a ascensão da extrema direita no cenário político brasileiro?

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        por Marcelo Teixeira de Jesus

              O atual momento político no Brasil se mostra preocupante, pois vivemos uma crise de credibilidade dos poderes institucionais. Parece que nenhum dos três poderes se salva nessa crise. O executivo envolvido em denúncias de corrupção, apesar de as provas não atingirem a presidente da república; o congresso sendo presidido por um político que responde a processo no STF; o senado sendo presidido por um senhor cuja índole não parece ser das melhores; um judiciário com juízes que parecem querer fama ou virarem estrelas.
            No início do mês de março a justiça brasileira autorizou a condução coercitiva do ex-presidente Lula. É claro que ninguém está acima da lei, mas essa medida foi desproporcional, pois o ex-presidente nunca se negou a depor. Vazamentos de informações tanto da Polícia Federal, quanto do judiciário acontecem comumente. Liberações de escutas telefônicas envolvendo a Presidente da República, conseguidas de forma irregular, são alguns exemplos de como alguns juízes estão agindo, agindo como justiceiros, mas eles devem, ou deveriam, cumprir o que diz a legislação. No dia 17 de março, Lula assumia posse como ministro chefe da casa civil. A partir desse fato houve uma enxurrada de liminares que ora cassavam seu mandato, ora permitia que ele assumisse o cargo.Essa “confusão” durou até a decisão do ministro Gilmar Mendes do STJ cassar definitivamente a posse de Lula.
            No dia 13 de março houve diversas passeatas pelo Brasil pedindo o impeachment da presidente Dilma. O pedido de abertura de processo de impeachment da presidente Dilma foi aceito pelo presidente do congresso nacional em dezembro do ano passado. O que há de estranho nessa história é Eduardo Cunha, presidente da casa, só ter aceito o pedido de impeachment depois que o Partido dos Trabalhadores (PT) informou que não votaria a seu favor na comissão de ética no congresso. Até que ponto se pode considerar que Eduardo Cunha agiu com honestidade para aceitar abertura do processo de impeachment, ou se agiu por vingança, pois o mesmo já havia negado vários pedidos de processo contra a presidente Dilma. As passeatas do dia 13 de março se dizem apartidárias. No dia 18 de março tivemos passeatas pró Dilma, que foram chamadas por partidos que compõem a base governista e centrais sindicais ligadas ao PT. Essas passeatas mostraram claramente que o Brasil está divido.
            Essa atual dicotomia que vivemos poderia abrir espaço para uma direita ultraconservadora. A crise institucional que vivemos no momento faz surgir velhos fantasmas da nossa história. Um desses fantasmas seria a volta da ditadura militar no Brasil. O período da ditadura militar, que contou com o apoio de vários segmentos da sociedade civil brasileira, foi terrível para a sociedade brasileira:pessoas desapareciam, ou eram torturados, os direitos civis foram cassados. É um período negro na História do Brasil. E muitas pessoas que viveram esse período querem o retorno dos militares ao poder, jovens que também não viveram essa época se iludem com a “maravilhosa sociedade brasileira” dessa época. É triste saber que pessoas querem o retorno de uma ditadura que matou e torturou pessoas.
            Ademais, há políticos, eleitos que cumprem mandato, que defendem uma linha de governo ‘linha dura’, que é o caso do deputado Jair Bolsonaro, capitão da reserva do exército brasileiro. O deputado Jair Bolsonaro é conhecido por suas declarações machistas, racistas e homofóbicas. Ele já declarou que será candidato a presidente em 2018. Entre suas declarações está uma em que ele diz “bandido bom é bandido morto”, entre outras. Bolsonaro não se preocupa em como resolver o problema da criminalidade no Brasil e nem apresenta propostas que possam solucionar os problemas sociais do país. Além disso, se une a políticos tão retrógados quanto ele, como o deputado e pastor Marco Feliciano. Feliciano já demonstrou interesse em participar como vice na chapa de Bolsonaro em 2018.

            O atual cenário político brasileiro pode fortalecer a nossa democracia, contudo pode nos levar a uma crise sem precedentes, caso a direita ultraconservadora consiga chegar ao poder por uma via democrática. Caso eles consigam isso acharão que estarão legitimados a fazerem o que quiserem. 


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