por Guilherme Wermann          Deitado em minha cama olho para o teto, procurando encontrar nas sombras dançantes um resquíc...

Depressão

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           por Guilherme Wermann

         Deitado em minha cama olho para o teto, procurando encontrar nas sombras dançantes um resquício de euforia que consiga me levantar. Por baixo das cobertas, que me cobrem até o pescoço, sinto meu corpo enferrujado. Como uma máquina velha que já não funciona. Não sei se lá fora faz frio, mas aqui dentro, o sinto. Como se meu sangue não fosse capaz de aquecer minha carne. Como se meus ossos estivessem expostos ao vento. Vez ou outra não sinto nada, e isso é o mais perto que consigo chegar da paz.                 
            
          Quando a ansiedade não me agonia, a tristeza me abate. Um turbilhão de sentimentos entrelaçam-se em mim, sem que sequer eu consiga diferenciá-los ou compreende-los. Está tudo aqui, ao mesmo tempo que não está. Em um segundo eu vivo e no outro, não mais. Por vezes algumas vozes chamam meu nome por trás das paredes. Elas me convidam a sair. - Como se fosse fácil - penso. Elas continuam lá, dizendo o que já sei. Mas depois de algumas tentativas, se cansam e vão embora. Eu penso em procurá-las, dizer-las o que sinto, pedi-las ajuda. Mas agora já é tarde. Nada mais importa. As sombras voltaram e preciso observá-las

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