por Heitor G. Volff Pereira       Capinzal é considerada por muitos uma cidade sem graça localizada na região meio-oeste catari...

CONTOS & CRENÇAS - Introdução

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        por Heitor G. Volff Pereira

      Capinzal é considerada por muitos uma cidade sem graça localizada na região meio-oeste catarinense. Se não me falha a memória, a cidade possui vinte e tantos mil habitantes e seu espaço territorial é de trezentos e tantos metros quadrados. Não sou bom em memorizar dados e mesmo que fosse o contrário, estes dados não seriam úteis para a construção deste texto...

       Ao contrário da maioria, penso que a graça desta cidade são as pessoas e suas histórias, principalmente os “causos”. Era comum que eu visitasse meus avós todo santo final de semana e não havia tempo ruim que impedisse meu avô de me contar algumas daquelas histórias horripilantes.

       Um dos causos mais conhecidos entre nós, membros da família, é o fatídico dia em que um lobisomem tentou invadir a residência dos meus avós, uns quarentas anos atrás aproximadamente. Meu avô, por conta de sua idade e memória, nem sempre conta da mesma maneira, às vezes acrescentando um detalhe ou esquecendo-se de outro. O advogado, amante da história e escritor capinzalense Vitor Almeida catalogou em um de seus livros inúmeros casos e causos sobre a aparição de assombrações, criaturas da noite, objetos voadores não identificados e histórias inteiramente surreais da nossa região. Ainda falando em causos, é interessante ressaltar que este hábito é algo intrínseco daqueles que moram no sul do mundo, principalmente, no “velho meio-oeste” catarinense. Eu lhe garanto que não há uma pessoa nestes pampas que não saiba contar um bom e velho causo: histórias contadas por pessoas que contaram para outras pessoas e que, depois de tanto tempo, ainda são contadas por amantes do folclore e da cultura regional.

        Até o fim deste texto, tenho dezessete anos de idade. Creio que o grande apreço por coisas ainda não resolvidas e mistérios do céu e da terra é em virtude das minhas raízes, a minha família e suas histórias. Sendo assim, muitas vezes me pergunto se alguém, de fato, mergulhou nessas histórias e investigou a fundo se há ou não veracidade dos fatos.

       Nem tudo é uma grande invenção e é por este motivo que tenho dedicado um pouco do meu tempo aos causos e aos acontecimentos que estes ilustram. Muita coisa foi desmistificada e, em contrapartida, uma pequena parcela daquilo que o meu avô me contava ainda permanece um grande mistério. Porém, aquilo que foi desmistificado poderá ser contado mais uma vez, mas de outra perspectiva.


         Você duvida? Então pegue uma cadeira, sente-se próximo ao fogão e preste atenção no que eu vou te contar.

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