Por Tiziana Cocchieri Prólogo: Como o que se julga inteligente pode avaliar a si mesmo? Quem poderia dizer a este, de modo que ou...

DE LOUCO, MÉDICO E BURRO TODO MUNDO TEM UM POUCO

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Por Tiziana Cocchieri

Prólogo: Como o que se julga inteligente pode avaliar a si mesmo? Quem poderia dizer a este, de modo que ouvisse, que o conhecimento sempre nos falta.

Instrua o homem sábio, e ele será ainda mais sábio; ensine o homem justo, e ele aumentará o seu saber.
Provérbios

            Desconfio de quem costuma chamar outro semelhante pejorativamente de burro. Como avaliar a distância entre o burro e o inteligente se não houver um que saiba mais que os dois e possa ser o juiz? Dizem que toda argumentação quando expressa é para convencer, e se não convence, o que não se deu por convencido passa a ser chamado de teimoso ou burro.


Ao que não lhe falta conhecimento que atire a primeira pedra. Qual será o que reflete que a falta de conhecimento é nossa condição mais genuína? E já não se sabe que saber “bem raciocinar” é algo que se aprende?

O que se auto avalia e se põe em categoria elevada sobre seu semelhante parece intitular-se mestre e também aprendiz; se assim o faz, raciocina mal.

Não sem propósito Lewis Caroll é sempre bem vindo em ocasiões deste tipo:

 “É preciso correr muito para ficar no mesmo lugar. Se você quer chegar a outro lugar, corra duas vezes mais”.

Todos somos aprendizes ao abordar os temas sobre conhecimento, raciocínio e inteligência, seguramente a muito ainda do que se tenha de aprender. Além do mais, aprender é condição necessária, porém não suficiente para se viver bem. Um grande diferencial que faz com que o inteligente se torne sábio é saber aplicar o conhecimento que adquiriu de modo a potencializar a vida. Complexo é dizer como é o viver melhor.

Uma circularidade é justamente o que a razão detesta, pois prende a inteligência e não a deixa seguir em outras direções, somente a andar em círculos. Sábios não costumam andar em círculos, escalam montanhas. Mas, o que anda em círculos seguramente não é burro, mas burro parece ser o que não quer ir a lugar algum. Mais uma vez convém chamar Caroll pra essa conversa:

A questão é saber se você pode obrigar as palavras a querer dizer coisas diferentes. A questão é mostrar a elas quem manda...”.

            Ao tocar no assunto, considero bem intrigante que notoriamente o burro foi cavalgadura de reis (talvez ainda seja, pois ainda há uns reinos por aí). Foram considerados animais hábeis para andarem em caminhos íngremes. O que me provoca a chamar Francisco Goya para que se expresse.


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