por Guilherme Wermann Eu tenho ficado sozinho em meu quarto, mas não me sinto só. Não, não é que eu não goste de sair ou que não te...

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por Guilherme Wermann

Eu tenho ficado sozinho em meu quarto, mas não me sinto só. Não, não é que eu não goste de sair ou que não tenha bons amigos pra me acompanhar. É que talvez eu seja estranho ou um pouco diferente. Mas parece que a solidão sempre me acena em meio a multidões. Ela dança ao meu lado em festas, me persegue enquanto caminho no centro da cidade.
           Às vezes consigo a enxergar em sorrisos que fingem felicidade ou dentro de garrafas de bebida que trazem em si esquecimento. Ela fica em cada esquina, escondida, me esperando passar. Vez ou outra ela está tão perto, que me pergunto como todos ao meu redor não a notam, ou fingem não notar. Mas eu a noto, a percebo. E quando fico sozinho no meu quarto, eu a sinto. Ela senta ao meu lado e nós conversamos durante algumas horas. Eu a conto meus segredos, meus medos, minhas expectativas.

          Quando a conversa termina, nós dividimos o fone de ouvido, ou lemos um bom livro acompanhado de café. Ela gosta de café, mas não com açúcar. Ambos sabemos que em breve nos despediremos novamente, assim como sabemos que novamente nos encontraremos. Afinal, a minha melhor companhia sempre serei eu mesmo.

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