por Guilherme Wermann Eu sou esse enorme vazio. Um buraco negro orbitando nesse infinito universo, Por hora, chamado de existênc...

Eu

/
0 Comments

por Guilherme Wermann

Eu sou esse enorme vazio.
Um buraco negro orbitando nesse infinito universo,
Por hora, chamado de existência.

Sou uma folha caída no outono,
Um grão de areia levado pelo vento no deserto.
Sou uma gota de água no oceano,
Uma molécula na imensidão do todo.

Eu não sou nada.
Mas ainda assim continuo buscando
Por um sentido pra estar aqui.
Talvez eu seja tudo.
Talvez todos nós sejamos.
Vivemos tempo demais tentando preencher a nós mesmos
Com as coisas erradas, banais.

O material, o sentimental.
O que é certo, afinal? 
Olhamos toda a noite para céu,
Observamos as estrelas
E damos nomes a elas.
Mas esquecemos de olhar para o que está aqui.

Ocultamos as constelações que existem dentro de nós,
Acreditando que não valha a pena mostrá-las.
Não porque queremos, mas porque foi assim que nos disseram.
Eu não sou nada. Mas seja lá o que isso for,
Eu não aceito ser. O lógico não me convém,
O normal não satisfaz.

Minha imaginação não conhece os limites,
Os meus olhos não gostam do escuro. 
Eu trago em mim todos os mistérios da vida,
Da morte, do tempo.

O meu peito carrega outros corações,
O meu corpo está lotado de almas.
Eu sou o tudo. Sou um universo. Sou eu.


You may also like

Nenhum comentário :

Filosofia do Cotidiano. Tecnologia do Blogger.