por Guilherme Wermann Agora faz silêncio.   No escuro do meu quarto consigo ouvir o barulho repetido Dos ponteiros do relógio...

Cores

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por Guilherme Wermann


Agora faz silêncio. 
No escuro do meu quarto consigo ouvir o barulho repetido
Dos ponteiros do relógio e o criquilar dos grilos lá fora.


Gosto da sensação de estar sozinho no mundo,
Ainda que esse seja só meu.
Essa é a hora em que eu consigo sentir a vida
Correndo pelas minhas veias,
O tempo inundando meus pulmões
E ainda que no cinza que cobre meus olhos,
Consigo enxergar tons de roxos suntuosos,
Azuis prismáticos e vermelhos vivos dançarem entre si.

Embora as pessoas saibam os nomes das cores,
Elas não as conhecem,
Ao menos as enxergam, porque elas estão ocultas pela luz.
A efemeridade do dia me assusta.
Faz-me pensar que a existência
É apenas uma estrada reta em direção a morte e o esquecimento.

Mas a noite me faz delinear as suas curvas
E adentrar as suas margens.
Se o dia me dá certezas frias e verdades prontas,
A noite me apresenta questionamentos perturbantes e sentidos novos. 
Assim eu sigo, morrendo todos os dias e renascendo todas as noites.



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