por Renan Peruzzolo Quando me foi feito o convite para ser um colaborador deste respectivo Blog me chamaram a atenção as seguintes p...

Sei ou penso que sei? - Um jogo de linguagem além de Wittgenstein e o pensamento Socrático

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por Renan Peruzzolo

Quando me foi feito o convite para ser um colaborador deste respectivo Blog me chamaram a atenção as seguintes palavras: “Precisa ser alguém capacitado para tal. Alguém que tenha, acima de tudo, opinião formada e principalmente fundamentada.”, logo me veio a questão: “por que eu?”, já que sou jovem recém saído do ensino médio, ansioso por iniciar o curso de Direito e o único ‘sentimento’, diga-se de passagem, que tange o meu ser em demasia seja a vontade de saber. Bem, talvez isso apenas já baste e/ou seja o mais importante. Explicarei o porquê dessa introdução mais adiante.


Ludwig Joseph Johann Wittgenstein (1889-1951), debruçou-se e insistiu na questão da linguagem, afirmando que a questão não está no significado de uma palavra, mas sim no seu uso, assim disse: “O homem possui a capacidade de construir linguagens com as quais se pode expandir todo sentido, sem fazer ideia de como e do que cada palavra significa - como também falamos sem saber como se produzem os sons particulares.”

No que diz respeito ao acesso à informação, por mais que há percalços ao nos depararmos com problemáticas sociais, ao passar do tempo tornou-se muito mais fácil obter a mesma e transformar isso em conhecimento, contudo ficou tão fácil que ‘qualquer um’ pode, a partir de pensar saber, escrever e postar textos e afins que, dependendo de quem o lê, encara como verídico. Lembrando Caio Blinder: “É tanta informação que parece desinformação.”

O fato é que não bastando toda essa reflexão, acerca da credibilidade das informações que nos são apresentadas todos os dias por diversos meios de comunicação, redes sociais, devemos nos preocupar ainda em tentar interpretar (pois segundo essa óptica nunca sabemos, de fato, de forma verossímil o que é a realidade), o que o comentarista, intelectual, jornalista, etc, quer dizer com tal colocação. É um detalhe mais importante ser cético para com a índole e conduta do informante, do que de fato para com aquilo que é a informação. São manchetes e dizeres representados nas linhas, mas que se apresentam nas entre linhas.

A reflexão que vos convido a fazer, estimado leitor, não é aqui questionar a si, como afirmou Sócrates: “Sei que nada sei.” Mas sim, indagar qual o sentido de honestidade, impessoalidade, credibilidade e principalmente ética para àquela pessoa leiga, diga-se de passagem, que tem interesse em debater e “ficar por dentro” do que acontece no mundo, na política, mas que não é capaz de entender que por detrás de um terno e uma gravata, ou de um currículo invejável de muitos anos de estudo, há uma mente mirabolante que trabalha em prol do seu ego, defendendo interesses escusos que afetam sim a vida dos ‘cidadãos comuns’.

Saber, de fato, e dizer saber para o leitor nessa “altura do campeonato” já não fazem tanta diferença frente à importância de interrogar-se sobre: Devo acreditar no que dizem? O que é a verdade? Quem sabe o que é a realidade? Sou verdadeiramente autêntico?

Dado o exposto, é preciso que o indivíduo que “detém” o conhecimento pense sobre a interferência que o uso da sua palavra tem sobre a comunidade e usá-la em prol da mesma. Contudo somente através da empatia poderá ser alcançada, afinal de que vale a democracia se a própria linguagem dificulta a comunicação?

Para viver é preciso entender e para entender é preciso viver (?)


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