por Brendom Lussani Como nascemos? Talvez essa seja uma das primeiras e mais instigantes perguntas de toda criança. O adulto por sua ve...

Como nascemos?

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por Brendom Lussani

Como nascemos? Talvez essa seja uma das primeiras e mais instigantes perguntas de toda criança. O adulto por sua vez, decide então contar à tão famosa e tradicional mentira da cegonha. Ele faz isso, por julgar que a criança é pequena demais para enfrentar a outra então mentira, que até mesmo as escolas contam: você nasceu de uma fecundação!

É isso mesmo, esse nome esquisito e que é escrito com cedilha, mas lhe causa dúvidas toda vez que tu pensas em escrever. Fecundação, algo tão simples como um espermatozoide “perfurando” um óvulo qualquer e se alto multiplicando freneticamente, até formar um embrião, que mais tarde irá se transformar nisso que julgam ser você.

Mas o que esses mesmo adultos, e a escola, não sabem é que ninguém é trazido pela cegonha, tão pouco nasce de uma fecundação. Seria simples demais, fácil demais. Como pode algo que pensa, anda, questiona, canta e dança nascer de uma simples fecundação ou de uma ave bicuda? Não seria loucura? Que coisa bem doida, nascer de uma fecundação, quem foi que inventou essa tese? Quem foi que disse que somos entregas de cegonhas? Eu sou gente, ou pelo menos penso que sou, não poderia ter vindo de uma ave. Eu nem se quer tenho assas!

Não nascemos de coisas simples, somos frutos de um colapso de emoções. Somos tão complexos na criação como na execução, a vida. Somos muita mais que uma fecundação ou um voou de cegonha caída na chaminé da sala de estar. Nascemos de um momento único entre duas pessoas, que aqui chamaremos de “pais”. É um momento único, algo que hoje em dia é comum, mas já foi mais raro…

Nascemos do amor. Isso, somos filhos do amor! Mas não no amor virtual, do amor de uma semana ou de juras que terminam ao som de Lana Del Rey e Coca-Cola. Somos filhos do amor entre duas pessoas, que antes de irem para cama, a fim de firmar o amor, trocaram olhares que falavam por eles. Somos filhos de mãos suadas antes de um convite para ir à casa juntos. Somos filhos de pessoas que namoravam, com palavras, sentadas na sala aos olhos de outras pessoas, que também eram tachadas de “pais”. Somos filhos de um amor único, raro e, talvez, inexistente nos tempos de hoje.


Por isso, quando alguma criança lhe perguntar “como nascemos”, não minta e diga a verdade, nada mais somos que frutos do amor, seja lá de quem for.


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